11 dezembro, 2005

Livre

On a life boat sailing home
With our drunken hearts and our tired bones
Well I just take one last look around
Yeah an' every place feels like a familiar town
And now we're
Free...


Eu não sabia muito bem como começar esse post. Então, resolvi dar um pequeno crédito e fazer uma singela homenagem (mesmo que a pessoa nunca vá ler) a um sujeito que não conheço, mas que contribuiu pra que eu tivesse um dos dias mais surreais, bizarros e divertidos de minha curta vida. Grande amigo Tony, um abraço!

Post escrito na sexta-feira, dia 9 de Dezembro de 2005.

A despeito de todas as coisas malucas que já fiz no decorrer de minha ridícula existência nesse planeta, talvez tenha alcançado o grau maior de surto na noite de ontem. Nada realmente faz sentido, então chute a porra do balde e acumule histórias pra contar pros seus netos.
Bom, não vou fazer recapitulação inicial porque vocês já estão sabendo o que ocorreu. Eu estava em casa de bobeira e decidi encontrar a galera da faculdade no Araponga. Daqui pra frente é que vem a história...
Chegando lá, alguns já se encontravam com uma certa quantidade de sangue no álcool. A parte chata é que algumas pessoas já tinham ido embora, devido a compromissos e afins. Só encontrei à mesa meu amigão Tintim, Bê, Rafa e Dylon. Comecei a beber, e eles retomaram a árdua tarefa de me acompanhar. Depois de pouquíssimo tempo, precisaram partir, quase todos ao mesmo tempo. Eu não tinha a mínima vontade de voltar pra casa, pois tinha acabado de sair e queria me divertir um pouco. Rafa quase partiu em direção à Presidente Vargas para tomar seu rumo, mas resolveu ficar.
Pouco antes, Tony havia chegado no bar, mas tinha sentado-se em uma mesa mais à frente. Eu e minha amiga ficamos à mesa, conversando sobre todos os tipos de assunto, tentando exorcizar nossos fantasmas. Abrimos os porões desses maltratados corações e de lá vários fantasmas mostraram suas caras. Digamos que eu adoro esses momentos confissões... São momentos de reforçar confiança e tudo o mais. Me sinto feliz, mesmo com cenas meio ridículas em mesa de bar.
Depois de muito conversarmos, falarmos sobre o que nos veio à mente, foi que percebemos que as cervejas em nossa mesa estavam sendo trocadas sem que pedíssemos. Milagre? Alucinação alcoolica? Que nada! Tony estava em ação! Assim, ele se chegou e pediu permissão para sentar também à mesa. E lá se foi mais de uma hora de conversê e troca de experiências. Então, ele fez uma colocação estarrecedora: vocês têm dez minutos para decidirem onde querem ir. Vou ali no banheiro e já volto.
Nos entreolhamos. Ele quis dizer realmente o que entendemos ou estamos bêbados demais? Tony estaria nos propondo um passeio? E a pergunta principal: por que diabos estávamos REALMENTE pensando em onde poderíamos ir com ele???
Quando ele retornou, eu e minha amiga estávamos com muito medo de aceitar, mas mais bêbados ainda pra recusar. Minha amiga queria saber se ele nos deixaria em Niterói, ao que ele concordou. Nos vendo indecisos, ele proferiu: "me companhem até meu carro, pelo menos... Se não quiserem ir comigo, pelo menos deixo vocês no ponto de ônibus". E lá foram os três, completamente sóbrios.
Chegamos no estacionamento e... "Agora vocês vão conhecer o CARRO DO SURF". Não é que o carro dele tinha uma PRANCHA dentro? Além, é claro, de várias peças de roupa avulsas, um perfume que ele ganhou da mãe, do qual usamos sem nenhuma cerimônia, e um cd player tocando Jack Johnson. "Onde afinal vocês querem ir?". Onde, meu Deus, onde iríamos?
"Eu queria conhecer o mercadinho de São José", minha amiga. Hum, até que foi uma boa. Chegando lá, ainda ganhamos três copos de chopp e uma pizza! Um tanto quanto avulsos, saímos os três de carro, em direção ao ponto de ônibus de Rafa. É claro, pra quem estava com MEDO do que estava fazendo, nada mais normal do que ficar revirando as coisas dentro do carro. E minha amiga, no auge da loucura, pediu UMA CAMISA de Tony. Ele ofereceu, mas depois ela recusou...
Faltava fechar aquela parte da noite com chave de ouro. "Bem que esses momentos mereciam umas fotos", foi dito... E prontamente, nosso amigo respondeu: "tem uma máquina aí no banco de trás", já encostando o veículo. Não sei o grau do ridículo da situação, mas sei que batemos algumas fotos em várias situações bizarras, quer no capô, na calçada ou no banco da frente do carro.
Nos deixando no ponto, só nos restou viajar para Niterói. Ainda tivemos forças, chegando lá, de corrermos e rolarmos pela areia da praia como dois retardados. Mas a diversão foi superior a muitas coisas que já fiz. Quando, quando eu sonharia que essa menina é tão mais foda do que eu já achava que ela era? Falar em sempre é complicado, mas existem algumas pessoas naquela faculdade que vou querer manter amizade por muito tempo. E Rafaela é uma delas.
Menina, obrigado pelos momentos de loucura! :D

Update:
Esqueci uma parte importante da história... No dia seguinte, enquanto me preparava para voltar ao Rio, minha amiga me chama: "Você não vai acreditar no que eu achei no meu quarto...". Risos absurdos, gargalhadas ensurdecedoras.
Sim, a camisa do Tony estava no meio das roupas dela...