02 janeiro, 2006

Tenho tantas vontades estranhas e não faço idéia do porque. A gente gosta de divagar, tem pensamentos bobos. Vai ver que é isso. Basta um momento de distração e lá estamos nós com algum pensamento idiota.
Vi você passando e não tive como me segurar. Não pude evitar de ter mais esse pensamento estranho. Preciso impressioná-la! Impressioná-la! Acelerei o passo, fiz que ia correr, desisti, atrasei o passo (mas não o coração). Espreitei. Fui para um lado, para o outro. Ai Senhor, o que eu falo? Eu nunca sei o que falar. E as mãos suam. Você não faz idéia.
Pé ante pé, mãos no corrimão (ah, essas delicadas mãos), cabeça pro alto. Ela vai me ver, ela vai me ver! Faço cara de sério, puxo o óculos pra baixo e olho daquela maneira toda esnobe que só os nobres ingleses têm. O que eu falo? Encosto na parede, livro aberto na mão, olhar perdido pro teto, respiração presa.
Você passou. Não olhou pra mim. Claro, eu era só um idiota com um livro aberto, em pé e olhando pro alto!
Penso que seria legal puxar assunto da próxima vez. Pode ser que funcione. Mas eu nunca sei o que falar. E você não faz idéia.