17 janeiro, 2006

Belém Brother Brasil - Parte I

Uma casa. Quatro familiares. E um agregado.
Vem aí, a série que está mudando a rotina de uma família brasileira. Não perca Belém Brother Brasil. Você não vai querer sair da casa (dos outros).

Bom, eu podia ter começado o post também com: "O dia em que o Brunno mudou de família", mas enfim.

Noção? Quem precisa de noção, quando tudo o que se pode querer é um dia longe de tudo que te faz lembrar você mesmo? Um dia longe da sua rotina, do seu dia-a-dia, quase como viajar para um lugar muito distante onde você possa rir o dia todo despreocupadamente? Certo, você pode achar que é viagem minha. Tanto faz. O que importa é que minha segunda-feira (CARACA! Segunda-feira, moleque, você perdeu TODA a noção, foi?) foi deveras divertida.
Falta de noção, aliás, a começar pela hora em que iniciei o dia. Ontem, Paulinha decidiu me convidar para vê-la andando de skate (fato esse que só presenciei em alguns míseros minutos). Pior que isso, eu resolvi aceitar. Eu deveria, tendo ido dormir depois das 3 da manhã, acordar às 8, para poder estar na casa dela quando soassem as 9 badaladas. Claro que isso não foi possível e eu, quando telefonei para avisar que estava indo, notei que já passava do horário marcado. Certamente, não foi a única coisa que notei.
- Paulinha?
- Alô.
- Só pra avisar que eu estou saindo de casa agora.
- Brunno?
- Isso.
- Que horas são?
- Nove horas. - Meu Deus, ela estava dormindo?
- Ah.
- Você estava dormindo?
- É. Mas pode vir...
A voz de sono chegou a partir meu emotivo e solidário coração, mas algo deve ser dito... Vejam vocês as peças que a vida nos prega! Tive a honra e o prazer inenarrável de trazer do mundo de Morpheus esta singela criatura e ouvir sua embreagada voz de sono, criatura esta que há pouco mais de um mês eu tinha um contato quase nulo! *Olhos marejados* Enquanto que com minha amiga há anos isso não ocorreu até hoje!
Voltando às vacas frias... Meio quase que desistindo, fui de encontro ao meu destino, que era o 638, munido de um CD virgem de qualidade duvidosa e um pacote de biscoitos de origem mais duvidosa ainda. Chegando lá, titubeei antes de tocar a campainha e ainda dei um tempo esperando na porta. Em seguida, resolvi chamar. E não é que a noiva ainda estava tomando banho? Aguardei mais uns instantes, e enquanto isso observava uma distinta senhora que varria as flores vermelhas e folhas secas caídas das árvores da rua.
Dentro em pouco, o pequeno bebê abre a porta, com a maior cara de sono que eu já vi e me convida a entrar, tendo ainda a pachorra de me chamar de desocupado por ter aceitado o convite. Ficamos ainda um pouco na frente do pc (claro, seria diferente?) gravando o tal CD que levei com músicas do Armandinho e outras, enquanto tomávamos um café da manhã muito improvisado, com o biscoito duvidoso (constatado naquele momento que estava mais maleável do que deveria ser) e um copo de algum achocolatado.
Bom, gravado o cd, dona Melzinha grita alguns pedidos de dentro de seu cômodo de dormir para Paula e uma leve expulsão ocorre. A primeira de uma série, por sinal.